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"#NOVO DIA[marca_de_paragrafo]MANON. Na mesa está escrito '1942' e, abaixo do nome da loja, 'Café'. Em outra mesa, está escrito 'Fábrica'. Deve ser fábrica de pães. Acho que já passa de meio-dia. A vida volta ao normal. Tornou-se mais simples, mas voltou ao normal. Minha razão tenta encontrar explicações, mas não consigo.

"Desfiz-me de gatos alheios. (*)

"Ontem, vi a carcaça de uma cigarra, no chão. Hoje, o de um daqueles seres de oito patas. Cheguei à conclusão de que não tenho medo de cigarras porque, de algum modo, falam comigo.

"(Os seres de oito patas, deles não conheço fala, e a única coisa que deles conheço são as armadilhas que deixam, armadas.)

"A carcaça do ser de oito patas estava de pernas para o ar. Virei-a. Estava morto, porém, virado, com as pontudas oito patas a fincar o chão, paracia um ser vivente. Temi, e fui-me embora.

"A vida tornou-se mais simples, desde que em pleno transtorno de cotidiano, fui visitado por uma moça que não sei se ainda é minha amiga, pois talvez eu a tenha ofendido, de algum modo. Desde que me visitou, não fala comigo, e também não me ouve.

"Será pena grande ter perdido tal amiga. Coisas que se devem suportar, na vida.

"Está bom escrever aqui, hoje, mas devo ir-me."