sábado, janeiro 21, 2006

E por falar em nacionalismos

Devo admitir e não posso negar: gostei de ter morado em Portugal. Gostava muito, quando morava lá. Não lamento, como meus pais lamentam, às vezes, termos voltado. Não. Talvez, com ou sem eles, eu teria voltado. Provavelmente não, mas talvez tivesse voltado, mesmo sem eles.
Digo também que os portugueses, como os irlandeses, os ingleses e os franceses -- povos de maus hábitos gramaticais -- tão pouco não escrevem o que falam. S' fossâim t'ntári schcr'vêiri como falõm, t'riam d'schr'vêiri allgu par'sídu coum ischtu... Claro que nós, brasileiros, tampouco falamos exatamente o que escrevemos, pois, se fosse assim, teríamus c'i iscrevê assim... E tal não acontece. Gosto dos italianos, na relação que eles têm com a escrita. E os alemães também são bastante eficientes. Não sei nada dos tchecos, mas ainda pretendo aprender tcheco nestes meus parcos dias debaixo do sol e, se tiver sorte, poderei.
Contudo, devo admitir que já tive muitas sortes: imaginei que nunca conseguiria recuperar, e aprender um instrumento musical. Dava isso como perdido, em minha vida. E tal está se dando, com tudo!: estou aprendendo, sem pressões ou dificuldades, nem com necessidade de grandes dedicações, mas um pouco na brincadeira (claro que há a dedicação, mas vem de modo muito lúdico, até porque não posso me dedicar profissional-modo, e estudo é profissão, pra alguém que morou em Europa...), mas de modo efetivo! É uma coisa razoável-modo realizadora pra estima de uma pessoa por si mesma, conseguir tirar som de um pedaço de madeira com cordas, e saber o que está fazendo! :^)
Gostei de morar em Portugal. Muitos que me conhecem sabem que, se tivesse... c'i, si tchivéssi contchinuádu a morar lá, eu teria provável-mêntchi entrádu pela iscola dji Belaz-Artchis, i istudádu na iscola dji Artchis, lá. I mi formádu cômu... Pintor?... Ingraçádu pensá íssu. Puráim, é tambáim factu c'o faleria d' modu compléta-ments dif'rents du c'o fálu u'oj'. Uj luzófunusch d'África báim pódaim concurdá'rí cumígu. :^) Dif'rents, i nõm "djiferêntschi". Cara: parece alemão, seja português americano, seja euro-africano, de modo que AINDA BEM que existe a ortografia!
Gosto de explorar, contudo, essas variedades, como qualquer escritor de... estórias. Pois não escrevo somente história, mas também muitas estórias, cartas, genealogias e, agora, também artigos de temas aleatórios, por causa do hábito do blog. É uma coisa um pouco jornalística, isso, do escrever periódico. E minha literatura, mesmo, é bastante folhetinesca. Gosto do... Não. Bom, não sei se gosto, talvez não, mas é a única maneira pela qual consigo produzir estórias: folhetim é o que faço. Se eu publicar, os amigos vão observar isso.

0 "TAMBÉM QUERO FALAR!" / É, só que agora EU NÃO VOU DEIXAR!

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