Tinta

"Estou-me em horas de 'screver à tinta. É sexta-feira, ao fim da tarde, e ao fim do expediente.

E estranho, a mim, pensar na vida. Desagradável. Semanas sobrepõem-se a semanas, mas na verdade e de verdade mesmo, estou triste porque Beca, a moça com apelido de flor, a quem eu chamei Beca, não me escreve ela, não me procura, não demonstra nada, não volta nada, não retorna, não reciprúca, de modo que questiono, e começo a questionar se vale a pena insistir, e por que insisto eu tanto... [será que é] tanto?... pois, ora, faz, talvez um mês, talvez dois. Não mais que isso.

A vida é boa. É bela. É tão suficiente, que pode ela viver sem mim. Posso eu viver sem ela? Azar por azar, torno-me ocasião, e talvez ainda consiga ser feliz.

(O que não significa, de modo algum, que vá desistir em meus empreendimentos sentimentalescos...)"